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"CANTA, Ó MUSA..."* O MAIS DIFÍCIL É COMEÇAR!

  • Foto do escritor: Alexandra Mettrau
    Alexandra Mettrau
  • 21 de mar. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 24 de mar. de 2022


Às vezes uma ideia vem, entra pela porta das letras, caminha sobre o tapete de palavras e se esparrama no sofá das frases até sonhar parágrafos que acordam em texto.


Muitas outras vezes ela fica só sonhando imagens e sensações...


Recebo visitas das nove Musas¹ de diversas formas, mas nem sempre elas levam meus dedos para dançar sobre as teclas do computador.


Esta semana, a celestial Urânia me mostrou o sol se retirando e levando, em seu rastro, todas as cores ao firmamento, em louvor à majestosa lua cheia nacarada que, em breve, se elevaria no céu, prateando o mar.


Tália e sua paleta de flores pintaram de beleza, sabores e perfumes, os caminhos onde brinquei com meus cachorros.


Rodeada por Erato e seu Amor, caí apaixonadamente nos braços do meu, em dançante deleite embalado por Terpsícore.


Pássaros e cigarras cantaram em coro com Melpômene, criando o cenário sagrado para os hinos narrados por Polímnia.

Em júbilo, Euterpe celebrou com Clio a bela e eloquente voz que Calíope me emprestaria para vestir de poesia a descrição desses dias.


Até agora, eu ainda não tinha sido capaz de verter sobre o papel as inspirações das deusas. Talvez porque eu ainda não tivesse sentado para me dedicar ao texto. Picasso dizia que a “inspiração existe, mas ela tem que te encontrar trabalhando”.


No entanto, a disciplina e a perseverança de sentar para escrever, mesmo que um pouco por dia, é o mais difícil para mim. Especialmente porque essa não é minha atividade principal. Antes de parar para escrever criativamente, vou cuidar da minha vida familiar e profissional: o marido, os cachorros, os gatos, a casa, os cursos, as aulas, os alunos, o consultório, os clientes (não necessariamente nessa ordem…). Por último, quando sobra tempo e energia, eu convoco as Musas.


Tenho que começar a convidar Eunômia², para me disciplinar também em minha atuação artística, que tanto me nutre de poesia e beleza. Talvez ela demore um pouco a vir, já que eu não a conheço muito bem, mas espero que as Musas a convençam a acompanhá-las a princípio, até que ela se torne minha companheira constante.


E espero que, cada vez mais, no tempinho em que paro para me dedicar a escrever, as Inspirações e a Disciplina aceitem meu convite ajudando-me a transformar acontecimentos, sentimentos e memórias em belos e poéticos textos, nos quais elas se revelem aos meus leitores.


NOTAS

* - Início da Ilíada - Homero


1 - "MUSA, em grego Moàsa (Mûsa), talvez derive de men-dh, "fixar o espírito sobre uma idéia, uma arte", e, neste caso, estaria o vocábulo relacionado com o verbo manθ£nein (manthánein), aprender". "Sua função principal era presidir ao Pensamento sob todas as suas formas: sabedoria, eloqüência, persuasão, história, matemática, astronomia". "Calíope preside à poesia épica; Clio, à história; Polímnia, à retórica; Euterpe, à música; Terpsícore, à dança; Érato, à lírica coral; Melpômene, à tragédia; Talia, à comédia; Urânia, à astronomia". (Fonte: Junito de Souza Brandão - Mitologia Grega. V. 1).


"Cada uma das nove deusas, filhas de Zeus e Mnemósine, que presidiam às ciências e às artes; [...] divindades inspiradoras das artes e das ciências". (Dicionário Michaelis on-line)


"As Musas, na mitologia grega, eram entidades a quem eram atribuídas a capacidade de inspirar a criação artística ou científica. Eram as nove filhas de Mnemósine ("Memória") e Zeus. (Fonte: Wikipedia).

  • Calíope (Καλλιόπη, "a de bela voz")

  • Clio (Κλειώ, "a que celebra")

  • Erato (Ερατώ, "amorosa")

  • Euterpe (Ευτέρπη, "deleite")

  • Melpômene (Μελπομένη, "cantar")

  • Polímnia (Πολυμνία, "muitos hinos")

  • Tália (θάλλεω, "florescer")

  • Terpsícore (Τερψιχόρη, "deleite da dança")

  • Urânia (Ουρανία, "celestial") (Fonte: Wikipedia).


2 - "Eunômia - segundo a mitologia grega, do segundo casamento de Zeus com Têmis, deusa da justiça divina, nasceram as Horas: Eunômia, Irene e Dique". "HORAS, em grego significa "divisão do tempo", período de tempo, estação. Eram três as Horas: Eunômia, a Disciplina; Dique, a Justiça, e Irene, a Paz. Os Atenienses, não obstante, chamavam-nas respectivamente de Talo, a que faz brotar, Auxo, a que faz crescer e Carpo, a que faz frutificar". "No mito, elas se apresentam sob duplo aspecto: como divindades da natureza, presidem ao ciclo da vegetação, como divindades da ordem, asseguram o equilíbrio da vida em sociedade". (Fonte: Junito de Souza Brandão - Mitologia Grega. V. 1 e 2).


IMAGENS:

Auguste Rodin - Poet and Muse

Gustave Moreau - The Muses leaving their father Apollo to go out and light the world

Eustache le Sueur - Urânia; Clio Euterpe e Thalia; Terpsichore; Melpomene Erato e Polyhymnia; Calliope





 
 
 

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© 2021 por Marcelo Guedes Consultoria em Marketing Digital

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