DE MÉDICO E DE LOUCO, TODO MUNDO TEM UM POUCO

Outro dia um amigo meu me disse num grupo de WhatsApp: “Não saia daqui Alexandra Mettrau! Precisamos de sua sanidade integralmente.”

Me senti lisonjeada, mas respondi: “De médico e de louco, todo mundo tem um pouco!”

Sei que, ao mesmo tempo em que ele falou sério, por outro lado ele estava brincando comigo, porque eu trouxe uma ponderação sobre os relacionamentos no grupo que acabou mudando o rumo da prosa. Eu não falo muito, mas quando faço uma consideração deste tipo, acabo levando para um lugar desses de seriedade, que findam com a loucura. E às vezes a loucura é necessária…

É incrível como a gente pode facilmente associar a lucidez com a sanidade e acabar esquecendo que ser lúcido demais pode ser adoecedor. Podemos ficar rígidos, dogmáticos, intolerantes…

O outro lado, o da loucura, também leva a um adoecimento, a uma alienação nos perdendo de nós mesmos e nos misturando ao ambiente, às pessoas e às nossas fantasias. Porém, um pouco de insanidade às vezes pode trazer a leveza que salva de um endurecimento racional e a coragem que precisamos para sair do confortável e conhecido e dar novos passos na vida.

Mas é muito mais cômodo e lisonjeiro, ser consciente e racional do que ser considerado maluquinho, insensato, sem noção! Pelo menos, para mim. Se vocês lembrarem, no meu Brincar de Boneca, já confessei que me sinto uma alma velha…

Como é difícil balancear estes dois polos! Sim, porque o saudável não é achar um lugar no meio do caminho, um ponto estático onde os dois se equilibram e um não é mais forte ou mais fraco do que o outro, onde eles são iguais. Isso seria muito bonito, talvez, mas nada real. A realidade nos apresenta desafios por todos os lados, de muitas formas e a grande questão é saber responder a esses desafios. Às vezes precisamos de razão, às vezes de loucura.

Se eu fosse sempre o bastião da lucidez, acho que eu enlouqueceria: a mim e aos outros! Por outro lado, me entregar à insensatez me impediria de amadurecer e exigiria demais das pessoas ao meu redor.

Temos que ser loucos quando podemos e médicos quando necessitamos, de nós mesmos e dos outros

O balanço entre essas duas qualidades é o que nos ajuda a crescer

Então, meu querido amigo, obrigada por seu elogio à minha sanidade. Espero que ela possa ser um bom médico para o grupo, mas que o grupo continue me trazendo a leveza de ser um pouco louca, me salvando da lucidez chata, e excessiva!

IMAGEM

Gustav Klimt - Hygeia (detalhe de Medicine)

Me conta: você é mais médico ou mais louco?

E depois tira um temp para me conhecer melhor. Vou adorar sua companhia nas minhas memórias e reflexões! E se quiser, troca uma ideia comigo comentando nos posts! 😃🤩

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